Nós temos o hábito de considerar qualquer dor de cabeça como enxaqueca. Entretanto, muitas vezes, a causa da cefaleia (que é o termo correto para dor de cabeça) é outra. E é muito importante saber isso porque o tratamento pode ser bem diferente.
Afinal, o que é Enxaqueca?
No conceito médico a enxaqueca é um tipo de cefaleia primária, isto é, não é consequência de nenhum outro agravo ao nosso corpo e, por isso, tem um comportamento benigno. A principal característica é uma dor que “pulsa” - lateja, como muitos podem dizer - em um dos lados da cabeça e eventualmente nos dois. Além da dor, costumam estar presentes náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia (sensibilidade à luz e ao som, respectivamente). Por conta disso, durante as crises de enxaqueca, as pessoas preferem ambientes escuros e silenciosos.
Além disso, a enxaqueca pode apresentar a “aura enxaquecosa”...são sintomas que antecedem a crise, e que podem envolver formigamento, fraqueza muscular, alterações visuais, entre outros. É importante sabermos isso, para não confundirmos com outras doenças neurológicos, tais como o acidente vascular cerebral (AVC), conhecido como “derrame”.
A enxaqueca pode ser aguda, em formas de crises esparsas, ou crônica, quando as crises se tornam muito frequentes (na maior parte dos dias do mês). O acompanhamento médico é indispensável, desde o diagnóstico até o tratamento.
Em relação ao diagnóstico, não existe um exame específico para ela. O seu Médico de Família fará algumas perguntas, pesquisando sinais que possam alertar para alguma doença neurológica e, se necessário, solicitará exames complementares para descartar outras causas. Com os exames todos normais, a probabilidade de se tratar de enxaqueca aumenta. Ele inicia então o tratamento correto e verifica o resultado. Algumas vezes são necessários ajustes da medicação a fim de que haja redução significativa das crises.
Nas crises de dor intensa, ou que tenham mudado a característica da dor, é fundamental procurar um médico, de imediato. Ele, através do exame clínico, encontra-se apto a avaliar qual a gravidade do caso, diferenciando, por exemplo, uma enxaqueca de um AVC.
Vale lembrar, também, que pessoas portadoras de enxaqueca costumam apresentar os “gatilhos” das crises, isto é, situações que desencadeiam a dor. Os principais gatilhos incluem jejum prolongado, falta de sono, odores/luzes fortes, esforço físico intenso, alguns medicamentos, alimentos (chocolate, vinho, condimentos).
As enxaquecas, bem como os outros tipos de cefaleias, devem receber a devida atenção e tratamento. Ao longo das próximas semanas novos textos no blog sobre outros tipos de cefaleia. E nunca se esqueçam de procurar o seu médico de confiança a fim de que não tenham mais dores de cabeça...